quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ser cidadão não é viver em sociedade, é transformá-la.



Augusto Boal  [RJ, 16/03/1931 | RJ, 02/05/2009].

Diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, figura entre os grandes nomes do teatro contemporâneo internacional.


Fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social, suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, notadamente nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política, mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.


Boal é conhecido não só por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970), mas sobretudo por suas teses do Teatro do oprimido, inspiradas nas propostas do educador Paulo Freire.


Sua obra escrita é expressiva. Com 22 livros publicados e traduzidos em mais de vinte línguas, suas concepções são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo. O livro Jogos para Atores e Não Atores trata de um sistema de exercícios ("monólogos corporais"), jogos (diálogos corporais) e técnicas teatrais, além de técnicas do teatro-imagem, que, segundo o autor, podem ser utilizadas não só por atores, mas por todas as pessoas.


Apesar de existirem centenas de grupos e centros de estudos sobre o Teatro do Oprimido no mundo (em mais de 50 países nos cinco continentes), apenas o Centro de Teatro do Oprimido (CTO) do Rio de Janeiro é reconhecido como o ponto de referência mundial da metodologia.

http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/subindex.cfm?Paramend=1&IDCategoria=7854#boal

terça-feira, 13 de novembro de 2012


A IMPORTÂNCIA DA ARTE

Entendemos que a arte é importante por conter um elenco interminável de motivos e razões que nos apresentam sob todos os aspectos da nossa vida. Romano Galeffi explica que a arte é sobremodo importante pelo seu amplo relacionamento com todas as demais atividades do espírito e consequentemente com as ações da nossa própria vida. Seria impossível dissociar a arte de qualquer  outra atividade do homem, de qualquer comportamento seu. Por isso há de se entender que a arte tem a sua importância e valor imensurável, impossível de ser medido, contado e comparado.

A arte está estribada em diversos aspectos que lhe são inerentes. São atributos, características ou até virtudes que se interligam com toda e qualquer forma de expressão sem se situarem, necessariamente, em patamares hierárquicos. Pesquisadores explicam que nunca obra de arte predomina a necessidade de comunicação. É impossivel observar, ou sentir uma expressão de arte, seja de qual procedência for, sem que, logo não se perceba o seu processo comunicativo. O desejo de comunicação é no nosso entender, a maior razão da existência de uma obra de arte, ao menos é das mais importantes, sem querer se expressar, homem nenhum produzirá obra de arte alguma.

A arte traz diversos outros componentes. Um deles é o processo criativo, ou o que chamamos de criação. É discutível se o ato de criar do homem é espontâneo ou se é intencional visando comunicar um sentimento estético. Um artista, por exemplo, que vive de sua arte, tem um determinante que o leva a criar e produzir, até porque, desse ato de criar e produzir, vai depender a sua sobrevivência. O ato de criar é circunstancial, a depender da forma como ele se origina e consequentemente se transforma numa obra de arte.

Em principio entendemos que a arte é universal, porque ela é criada, produzida e absorvida pelo homem, que é uma criatura também universalizada. Mas a arte tem um sentido mais amplo da universalidade, pois ela tem o seu universo próprio, que extrapola o universo do homem. Isto equivale dizer que uma obra de arte aqui produzida, dispensa a necessidade de que seu próprio autor e criador a conduza além das paredes de seu atelier. A arte vai só, com toda a sua força e suas características, é absorvida do outro lado do mundo pelos artistas fruidores de arte.

A poeira dos séculos acumulados, não tem sido suficiente para apagar as formas de expressões de arte do passado. Sentimos e percebemos tão claramente as manifestações da arte antiga como se hoje elas fossem feitas e produzidas. As pirâmides do Egito estão ai como testemunha da universalidade da arte temporal. Arte nenhuma, fica presa as paredes do mundo do seu criador. Corre para outros mundos, tão rápido quanto o vento, levando a sua mensagem e todas as demais características da essência da obra de arte. Por isso a arte é importante, pela sua presença em nossas vidas.

- Reinaux, Marcílio L.Introdução ao estudo da história da arte / Marcílio L. Reinaux; apresentação de Edison Rodrigues de Lima; prefácio de José Luiz Mota Menezes. Recife: Editora Universitária UFPE, 1991.

Mestre Bobó - o artesão do distrito do França




O senhor José Baltazar dos Reis, lavrador, 78 anos (156 - contando dia e noite, segundo ele), casado com dona Dalvina Soares de Oliveira. O Criador dos bonecos e a criadora das roupas. Nascido na Fazenda Soem e criado na roça, foi trabalhador rural até se aposentar. Eis que nasce o criador - o mestre Bobó. Seu primeiro boneco foi inspirado em um policial de certa cidade. E depois tantos outros na milícia do cangaço e nos cangaceiros resistentes às volantes.


Mestre Bobó, um homem simples, pacato, quase sem estudo, mas sensível à cultura popular; sua arte. Fez da vida um exemplo de superação através dela. Fez da arte, um instrumento da saudade e do tempo da infância; quando queria e não podia ter. Quantas promessas e somente promessas. Quantas latas na cabeça e quantas vezes a mesma ladainha de que a água um dia, chegaria pra todo sertanejo.
E enquanto a política da seca reinou sobre o sertão de Piritiba, ele retratou o sofrimento de quem na cabeça levava a lata d’água e no coração à fragilidade diante da promessa por um chafariz jorrando a água prometida.


 Assim penou seu povo e assim ele retratou tal sofrimento. Mestre Bobó e sua aguadeira com a lata na cabeça, seus carros de bois e aradores, retratos de sua vida na fazenda. O mesmo mestre do parque infantil, seu sonho quando criança e o mesmo sonho de tantas outras crianças.


E assim prosseguiu mestre Bobó com as bandas e fanfarras, o carrossel, a roda gigante, os tocadores de tambores e a banda de pífanos. Mulheres, marinheiros, cangaceiros, soldados e a saudade no coração.

E então é possível acreditar que em Piritiba tem cultura e tem seus mestres. E o que é preciso pesquisar e resgatar o que há de melhor no patrimônio material e imaterial. A diversidade da cultura vai além do São João. É preciso incentivo e apoio nas manifestações culturais desse povo. O reisado, a chula, o samba de roda e o bumba meu boi fazem parte desse acervo, dessa diversidade cultural do município.
É preciso valorizar as festas populares de cada povoado ou distrito identificando e resgatando seus mestres. Mestre como seu Bobó entre tantos outros artesãos de Piritiba. E acreditar que: “o artista modela, cria, funde o seu, o nosso universo através de formas e cores. As formas são as mais variadas e as cores, aquelas componentes do arco-íris  e mais tantas dele resultante, que é impossível mensurá-las. Enfim, o artista trabalha em consonância com o universo que muitas vezes é o seu mundo  exógeno e endógeno.EIS A ARTE, EIS O ARTISTA!”

A arte popular é o resultado de uma vivência da escola da vida, que busca a vida na escola. A escola de um povo que não pode ser esquecida porque um povo sem cultura, é um povo sem identidade. A argila, a madeira, a palha, o bambu e a “talisca do licuri”, entre tantas outras matérias primas existentes em nosso município nas mãos de um artista ou artesão tornam-se o belo que  faz da arte a mais sublime das maravilhas de nossa terra.


Arte popular é, portanto a expressão maior de um povo em busca de sua própria identidade com o mundo que está  em volta de si. 


Assim é o Mestre Bobó, um homem simples e humilde que faz da arte um instrumento de superação mesmo com a falta de incentivo dos órgãos públicos responsáveis pela cultura do município, sendo capaz de transpor todo e qualquer descaso.
Quando passar pelo França, distrito de Piritiba, conheça mestre Bobó e seu mundo mágico do sertão baiano na “performance” de seus bonecos, representando um momento histórico de nossa cultura. Na maneira mais singela de transportar os segredos e os sentimentos de quem levava a lata d’água na cabeça, esperando por mais um dia a esperança de abrir uma torneira e ver a água jorrar por entre as mãos sertanejas. Os bonecos retratam muito mais que os olhos possam ver, retratam a sensibilidade de um homem que nasceu iluminado para criar além do que os olhos possam enxergar. É preciso ver com o coração.


Patrimônio brasileiro
Material e Imaterial

O Patrimônio Cultural pode ser definido como um bem (ou bens) de natureza material e imaterial considerado importante para a identidade da sociedade brasileira.

Segundo artigo 216 da Constituição Federal, configuram patrimônio "as formas de expressão; os modos de criar; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; além de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico." 
No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é responsável por promover e coordenar o processo de preservação e valorização do Patrimônio Cultural Brasileiro, em suas dimensões material e imaterial.  
Os bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes, às habilidades, às crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas. Desta forma podem ser considerados bens imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades; manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais.
Na lista de bens imateriais brasileiros estão a festa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a Feira de Caruaru, o Frevo, a capoeira, o modo artesanal de fazer Queijo de Minas e as matrizes do Samba no Rio de Janeiro.
O patrimônio material é formado por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis – núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais – e móveis – coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.
Entre os bens materiais brasileiros estão os conjuntos arquitetônicos de cidades como Ouro Preto (MG), Paraty (RJ), Olinda (PE) e São Luís (MA) ou paisagísticos, como Lençóis (BA), Serra do Curral (Belo Horizonte), Grutas do Lago Azul e de Nossa Senhora Aparecida (Bonito, MS) e o Corcovado (Rio de Janeiro).

 http://www.brasil.gov.br/sobre/cultura/patrimonio-brasileiro/material-e-imaterial






Memorial Piritiba de Cultura

O Memorial Piritiba de Cultura tem como objetivo identificar, resgatar e registrar a diversidade cultural existente em Piritiba. A cultura como um todo seja ela popular ou acadêmica nas várias vertentes da arte: as artes visuais, as artes cênicas, a dança, a música e o artesanato. Os saberes populares e seus mestres no reisado, no bumba meu boi, na chula e no samba de roda. O canto da colheita e do descascar da mandioca nas roças e nas casas de farinha. Nossos artistas e nossa cultura dos bares, das esquinas, do teatro, das escolas e dos lares.

O memorial mostrará ao povo piritibano sua existência cultural. Ele tem também o objetivo de aproximar artistas e amantes da arte com Secretaria de Cultura do Estado e do Ministério da Cultura, divulgando os editais e programas de cultura. Dará acesso as demais instituições como: Fundação Banco do Brasil, Caixa Cultural, BNB Cultura, Fundação Votorantim, Petrobras Cultural, Eletrobras etc. Museus e fundações de cultura do Brasil e do Mundo.